Diapasão e o Recrutamento de Pessoas

Diapasão” instrumento para afinar instrumentos e vozes.  Qual será o instrumento adequado  para selecionar pessoas  competentes e potenciais para cada empresa?
Quando a empresa necessita contratar um profissional técnico, especialista ou  generalista, vem a pergunta: onde encontrá-lo? como selecioná-lo? o que devo levar em conta nesta contratação?
Ao buscar um profissional adequado à empresa, relacionamos vários aspectos: cultura, valores, negócios, estilos de liderança, trabalho em equipe, ética,  entre outros;  o que torna a tarefa difícil para qualquer pessoa, até mesmo para nós, head hunters e profissionais da área de R&S.  É sobre isto que eu quero escrever hoje, nossos desafios nos processos seletivos!
Com a difusão das informações sobre os processos seletivos postados na internet, o que encontramos no mercado, na grande maioria, são profissionais treinados para, durante as entrevistas,  serem “politicamente corretos”. Isto me faz lembrar do jovem confinado na FEBEM  que, nas entrevistas realizadas com os avaliadores, procurava ajustar o discurso ao esperado e “mostrava-se adequado  e preparado”  para  retornar ao convívio social. Na minha avaliação isto era uma forma de dissimulação ou  sedução para conseguir atingir seu objetivo, a liberdade.
Muitos profissionais se apresentam com uma bela plumagem, tentando nos seduzir. O levantamento bem feito do perfil, qualificações técnicas exigidas nos ajudam na primeira parte do processo de seleção. Com um grande número de currículos e indicações, passamos a aprimorar nossa percepção e análise para filtrar “os mais alinhados ou verdadeiramente alinhados” ao perfil determinado. No entanto, precisamos aprimorar nossos “instrumentos” , afinar mais nossos sentidos, nossa intuição para aproximarmos e conhecermos a pessoa (o candidato), suas atitudes, comportamentos e criar uma antevisão de como ele se integrará na totalidade da empresa e  não apenas no cargo.
Sendo o conhecimento, experiência e sensibilidade nossos instrumentos de trabalho, precisamos cuidar de todos eles com dedicação e fazer  manutenção em nosso “diapasão”. Portanto, devemos investir em nosso autoconhecimento e constante desenvolvimento profissional para que possamos “ver” e “ouvir” o que o candidato está de fato nos transmitindo. Aprender a perguntar auxilia muito no processo da descoberta, no conhecimento do outro e na captação dos sinais mais sutis deste encontro. Amplie sua consciência e mantenha sua presença durante o processo. Você notará ao final que conseguiu “estar com” seu candidato e isto fará toda a diferença no processo final.

Marli Pereira da Silva

Membro do EcoSocial

Diretora da Logos Desenvolvimento Humano e Consultoria

Engajamento – baixa produtividade dos funcionários & Recrutamento

A sua empresa tem uma correta percepção do quanto se perde de dinheiro por conta da baixa produtividade de funcionários não engajados em suas funções?

As cifras são altas. Estima-se que este custo chegue a US$ 550 bilhões nos Estados Unidos, considerando a perda causada por funcionários insatisfeitos ou infelizes no trabalho. E apenas 30% dos funcionários americanos estão plenamente comprometidos e, consequentemente, são mais produtivos no trabalho. Esta é apenas mais uma constatação das recentes mudanças na forma como empresas e colaboradores se relacionam e como estas afetam diretamente a economia.
Estudo recente da IBM também coloca o engajamento como preocupação comum entre executivos das empresas entrevistadas. O material aponta que a tecnologia pode ajudar a reverter este cenário de uma forma inovadora: tratando o funcionário como cliente fiel. Afinal nós – clientes – já estamos acostumados a ver empresas buscarem nossa fidelização com estratégias de personalização, conhecendo por meio de mapeamento de comportamento os nossos hábitos, gostos, desejos e estilos e com estas informações, se antecipando para oferecer seus produtos ou serviços de forma mais assertiva.
Esse posicionamento já é um novo padrão, e cada vez mais queremos o mesmo de nossos empregadores. Ou seja, o desafio para o RH será replicar, ou até criar, técnicas inovadoras de engajamento, como aquelas já em uso no mercado de consumo com seus próprios funcionários. A tecnologia definitivamente entra como base para potencializar este engajamento, por ter capacidade de trabalhar a enorme quantidade de dados gerados por cada funcionário, mesmo que de forma não estruturada.
Acompanhar como cada indivíduo responde ao meio em que está inserido, como ele interage com os diversos programas da empresa, como ele recebe feedback ou se prepara com conceitos teóricos, o que ele pesquisa, gosta, e deseja em termos de carreira. Aprimorar esse conhecimento dos seus funcionários dá mais informação sobre um espectro ainda pouco explorado entre empresas para tomada de decisões com informações de dados gerados pelo próprio empregado. Isso muda a forma de gestão de algo tradicionalmente baseado em intuição ou ferramentas pontuais para uma forma concreta, muito mais holística e baseada em insights. Por exemplo, hoje, o processo de recrutamento para a maioria das empresas ainda é dependente de encontrar alguém que tenha perfil para uma determinada posição. Para isso, cada empresa estrutura sua dinâmica de seleção para chegar a alguns poucos candidatos no final deste funil.
Uma possível evolução inclui ampliar todo o mecanismo para que ele mostre o candidato por inteiro, considerando inclusive seus valores e preferências pessoais e como estes combinam com os valores e necessidades de cada empresa. Ou seja, isto exige um processo seletivo mais baseado na exploração, gerando diversos dados isolados que podem ser combinados com uso da tecnologia para traçar um perfil de funcionário que não só atende a vaga, porém tem grande chance de engajar com toda atividade da empresa logo de início.
É uma chance para buscar futuros profissionais produtivos no momento zero. Importante reforçar que não existe apenas uma ou outra iniciativa que irá resultar em maior engajamento da força de trabalho. Da mesma forma que não será apenas uma ou outra ação que garantirá a compra e fidelização de um cliente.
O engajamento depende de um conjunto de ações estruturadas que possibilitem mais dados convertidos em informações e insights para maior entendimento sobre os colaboradores. Conhecendo melhor seus funcionários, as empresas têm mais chances de ter as pessoas certas nas funções corretas e assim ajudá-los a traçar planos de carreira, motivá-los e, principalmente, engajá-los de forma natural. A relação entre uma empresa e um colaborador torna-se algo menos baseado em combinação de necessidades e características e muito mais uma troca na qual ambos são beneficiados.
A tecnologia já amadureceu suficientemente para lidar com essa massa de dados e transformá-los em informações inteligentes e, assim, posicionar a área de recursos humanos como facilitadora de funcionários satisfeitos e engajados, como clientes leais e feliz.

Você sabe qual o custo de um profissional mal contratado?

Em recente artigo publicado pela Association Of Executive Search Consultants – AESC, foi apontado o risco e o custo potencial da má contratação de um executivo.

Estima-se que o custo de reposição de um profissional é de cinco vezes o salário anual deste executivo, ou superior, de acordo com o nível de senioridade.

É sempre melhor ter cautela e ser profissional na hora de fazer uma contratação. Com o envolvimento de uma consultoria de recrutamento ou não, alguns processos são essenciais para evitar possíveis enganos.

Muitas vezes a etapa de busca de referências nos candidatos é subvalorizada. Gestores que falham ou que são influências negativas prejudicam não só a eles mesmos, mas também todos aqueles que trabalham no mesmo time.

Salário, bônus, garantias, benefícios, são exemplos de custos que somados podem chegar a quantias altíssimas no caso de um executivo ser dispensado.

Fonte:Revista Você RH